quarta-feira, 4 de abril de 2012

A superação do atleta com Necessidades Especiais

Superação. Essa é a melhor palavra que podemos definir um atleta portador de necessidades especiais.

 A vida de um deficiente físico é repleta de desafios, preconceitos e superações. Vivemos em uma sociedade cruel e cada dia mais egoísta. Pessoas sem educação que passam por cima das outras na hora de pegar um transporte, não existe mais o termo obrigado após um favor e muito menos um por favor.

O deficiente deve provar a cada dia sua capacidade e que pode fazer muitas coisas, mas tudo em seu ritmo e dentro de suas limitações.


A maior prova disso são os atletas, que além de muitas vezes acharem que nunca poderiam praticar algum tipo de esporte, se superaram, mostram competência, são vencedores e medalhistas olímpicos.

Um exemplo de superação é a brasileira Claudia dos Santos, atleta do clube Pinheiros e da Seleção Brasileira Paralímpica de Remo.


Claudia adquiriu a deficiência em 2000, após ser atropelada quando saia de seu trabalho. Um carro, que além de passar por cima de sua perna, não parou para lhe prestar socorro. Entrou em coma e ficou trinta e sete dias na UTI. Depois mais três meses na cama do hospital e em três anos e meio, passou por treze cirurgias.


Quando a deficiência é congênita, a pessoa já aprende a lidar com suas dificuldades e tem o seu ritmo de vida. Não que seja fácil, mas já é adaptado com a situação. Agora quando adquire a deficiência, passa por momentos complicados e de adaptações. Claudia ficou perdida durante um tempo sem saber o que realmente estava acontecendo e a única coisa que perguntava a seu médico, era quando voltaria a andar.

 Acabou se tornando uma deficiente e não sentiu o preconceito das pessoas, pois apesar de não ter uma perna, faz tudo sozinha e não depende de ninguém. No começo, teve dificuldades com os transportes públicos por não serem adaptados, mas depois se acostumou com a situação. O preconceito existe para todos, sendo deficientes ou não, para pessoas obesas, negros, brancos etc. Na sociedade cada um pensa de um jeito. Eu acho que o mundo não tem de se adaptar a mim, mas eu sim tenho de me adaptar ao mundo”, diz a atleta.
Claudia não ficou parada e através de sessões de reabilitação, seguiu com seu novo desafio.

“Através da reabilitação comecei a nadar. A partir daí, uma pessoa me convidou para conhecer o esporte paralímpico. Depois disso, participei de um evento em que falaram do Remo e fui convidada para conhecer a modalidade de perto. Confesso que não foi amor à primeira vista. No início achei a modalidade chata, mas continuei e depois fui gostando. Hoje eu amo”.




Com muito treino, cirurgias, cinco anos para se recuperar, começou a remar em 2007 e após oito meses de treinamento, se tornou campeão mundial e a melhor atleta do remo paralímpico. Neste ano ainda começou a treinar pelo Pinheiros, clube que deu uma grande oportunidade de crescimento e estrutura, mas depois foi para o clube Bandeirantes onde ficou por dois anos. Retornou para o Pinheiros em 2011, conquistou muitos títulos e ficou afastada por mais quatro meses para uma cirurgia de retirada do útero. Assim que voltou, classificou o Brasil para as Paralimpíadas 2012.
            Mesmo após ter passado por todos esses desafios, Claudia aprendeu muito com tudo isso e a dar mais valor a vida, a família, sua autoestima ficou muito melhor, tem mais confiança e determinação. Uma frase que sempre leva junto com ela é “Na vida nada é fácil e nada cai do céu, então vá à luta”.
            Caso de superação e de aceitação, como o de Claudia dos Santos, serve de exemplo para pessoas que tenham algum tipo de deficiência entender, que a limitação, não o excluem de nada e nem da sociedade, desde que acreditem que são iguais a todos e que podem e devem ter os mesmos direitos.